PL 6583/13 O Gênesis ou Apocalipse da Família Brasileira?

    Primeiramente quero pedir desculpas aos leitores do blog pelo hiato de quase dois meses desde a última publicação. Tivemos problemas técnicos com nosso blog, mas agora estamos retornando novamente.
      Tabloides, manchetes, Comissão de Direitos Humanos, direitos civis ameaçados e mais um projeto de lei controverso. Se já não bastasse a famigerada "cura gay" do Pastor Marco Feliciano, no ano passado (2013) temos agora no fim desse ano eleitoral, mais um fantasma gerado pela bancada de religiosos de traseiros ungidos sentados no Senado. A abençoada e certíssima corja de lobos devoradores de dízimo de pessoas pobres e alienadas.
       Sim, meu caro leitor, dessa vez a bancada evangélica criou um projeto de lei chamado de "Estatuto da Família". Se já não bastasse Feliciano prometer o retorno da "cura gay" em 2015, me parece que teremos mais um problema para lidar.
        A PL 6583/13 atualmente em avaliação de uma comissão "especial" formada em sua maioria pelos "traseiros ungidos" tem grande apoio dos mesmos e provavelmente terá seu texto aprovado e levado para votação pela Comissão de Direitos Humanos. Se aprovada então seguirá para votação da Câmara dos Deputados, mas é melhor torcermos para que não cheguemos a esse ponto.
         A PL em questão prevê instituir o Estatuto da Família, onde o termo família passa a definir exclusivamente casais formados por um homem, uma mulher, unidos por uma união estável ou casamento civil e sua possível prole, tendo o Estado que garantir a proteção e o bem estar desse núcleo, incluindo saúde, educação, segurança e lazer. O leitor deve se perguntar então: Qual o problema de aprovar essa lei? A resposta meu caro, é que a lei passa a excluir as outras formas de família do mapa, como; pais ou mães solteiras, avós que criam seus netos e casais homossexuais, fazendo com que estes deixem de ser considerados família e passem a poder ser "marginalizados" pelo estado se assim for decidido.
          Mas não para por aí. A PL foi criada pelo deputado Anderson Ferreira (PR-PE) e que no último dia 17 recebeu uma inclusão de linhas pelo deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF) que visa mudar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA Lei 8.069/90) passando a exigir que os candidatos a adoção sejam casados civilmente ou mantenham uma união estável constituída nos termos do artigo 226 da Constituição. Como o texto constitucional reconhece explicitamente apenas a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, na prática o substitutivo proíbe a adoção de crianças por casais homossexuais.
   Acho interessante citar que isso exclui a adoção por pessoas solteiras também. Visivelmente tentando fechar o cerco para os grupos homossexuais que só recentemente conseguiram o direito do casamento civil, mas que irá privá-los do direito de adotar uma criança. Diga-se de passagem que tais crianças foram obviamente abandonadas por casais heterossexuais, e que se a lei for aprovada, se depender desses mesmos heterossexuais apodrecerão em um orfanato.     

          A única defesa contra essa privação de direitos é o deputado Jean Wyllys que integra a frente parlamentar de Defesa dos Direitos Humanos. Jean afirma que a comissão especial que analisa a matéria de forma conclusiva é composta majoritariamente por deputados evangélicos, que devem votar favoravelmente à matéria.
        Projetos que tramitam em caráter conclusivo são analisados apenas por comissões. Se for aprovado na comissão especial, o projeto do Estatuto da Família só será analisado pelo Plenário se houver recurso nesse sentido assinado por, pelo menos, 51 deputados. Segundo Jean Wyllis, se não for possível barrar a tramitação do projeto na Câmara, a frente vai atuar no Senado para impedir a aprovação da proposta.
          Uma enquete sobre o projeto, promovida pelo site da Câmara já recebeu mais de 4,3 milhões de votos desde fevereiro. A enquete pergunta se o internauta concorda com a definição de família proposta pelo estatuto
          Se puderem votar um NÃO contra essa atrocidade inconstitucional, votem. Todo o esforço para deter os "traseiros ungidos" é válido. Vamos garantir aos nossos filhos e netos o direito de constituir FAMÍLIA DE VERDADE e acima de tudo de amar.

Jônatas e Davi: O Romance Homossexual na Bíblia

     
     Quem nuca leu Romeu e Julieta, um clássico da literatura, que nos conta a emocionante história de amor  entre dois jovens cujas família eram contra seu relacionamento? Atualmente adaptada para Romeu e Júlio (risos) os homossexuais tem buscado outros romances literários ou televisivos (exceto as novelas toscas da Globo). E cá entre nós porque não buscar um na bíblia também?
     Estava eu na minha extensa leitura bíblica a procura dos famosos 7 trechos bíblicos que são contra a homossexualidade, e além de descobrir que os 7 não se referem a homoafetividade encontrei um romance muito fofo, que me fez gostar mais de um certo rei bíblico. Sim, nosso querido rei Davi. O matador do gigante Golias, rei de Israel e no mínimo bissexual.
      Imediatamente alguns de vocês devem estar pensando em abandonar esse post por nunca ter lido tamanhas "heresias". Calma, calma. Antes que saia daqui quero deixar claro que irei mostrar os trechos e versículos e de que tudo não passa de uma interpretação própria. Então lá vamos nós. Vou contar essa história de forma diferente. Para não parecer os líderes religiosos que isolam trechos bíblicos, eu vou contar a história em um contexto. Resumindo assim alguns acontecimentos do livro I Samuel.
        Samuel foi um profeta, nascido de Elcana e Ana. Ana era uma mulher estéril e não podia gerar, então um dia no templo ao orar Ana pediu a Deus um filho varão e votou dizendo que se lhe concedesse a sua petição, o filho seria entregue ao templo. Após um fail do sacerdote Eli, falando por si próprio, Deus respondeu a Ana e lhe concedeu um filho varão e este ficou servindo ao Senhor no templo junto com o sacerdote Eli.
      A partir daí Deus falou com Samuel, pois a casa de Eli era corrupta e com o tempo Samuel substituiu a Eli se tornando o profeta e ungindo Saul a rei. Com o passar do tempo, no entanto, Saul se corrompeu também e por isso Deus ordenou que Samuel ungisse Davi para rei, isso lá pelo capítulo 16.
        Logo depois iniciou-se uma guerra entre israelitas e filisteus, onde o famoso gigante Golias desafiava os soldados israelitas a lutarem contra ele, amedrontando assim o grupo de soldados (medrosos) nesse ponto Saul oferece uma parte do seu reino e a mão de sua filha aquele que derrotasse Golias, mesmo assim ninguém se candidatava. Então Davi quando vai levar comida aos seus irmãos que estavam na guerra, se ira ao ver o gigante desafiando seu povo, por isso ele vai ter com Saul e logo em seguida mata o gigante.
        Com isso, Davi impressiona Saul e este o recolhe para si, para que vivesse em seu reino e Jônatas (filho de Saul) tem um reação muito estranha, veja como Samuel descreve a reação de Jônatas em relação a Davi em 18 de I Samuel versículos 1 ao 4:
E sucedeu que, acabando ele de falar (Davi) com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou, como à sua própria alma.E Saul naquele dia o tomou, e não lhe permitiu que voltasse para casa de seu pai.E Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma.E Jônatas se despojou da capa que trazia sobre si, e a deu a Davi, como também as suas vestes, até a sua espada, e o seu arco, e o seu cinto.
     A partir daí, inicia-se uma espécie de ciumes de Saul por Davi, mas mesmo assim Saul tenta casar Davi com sua filha Merabe, mas Davi protesta estranhamente, dizendo-se indigno de ser genro do rei, alguns dizem que por humildade, mas tenho minhas dúvidas sobre isso, pois na antiguidade, nenhum homem (hétero pelo menos) recusava a filha do rei, na verdade dava graças de ser genro do mesmo. Então Saul casa Merabe com outro. Depois Saul fica sabendo que sua filha Mical amava a Davi. Saul tenta então fazê-lo casar com ela (ele tinha lá seus planos para que Davi fosse morto pelos filisteus), mas Davi tenta recusar novamente, mas vendo que não tinha mais outra escolha ele se casa com Mical. Fico me perguntando que hétero se recusaria em casar com a filha do rei?
     Não obstante o ciúme de Saul continua forte contra Davi, pois ele via que o povo o amava. Nesse ponto Saul manda Jônatas ordenar que matassem a Davi, porém Jônatas convenceu seu pai de não fazer isso. Logo em seguida houve outra guerra contra os filisteus e Davi novamente os feriu fortemente. Por isso a raiva de Saul aumentou e ordenou que o matassem, mas desta vez Davi foi salvo por Mical, sua esposa, que o fez fugir.
     Após fugir Jonâtas e Davi fazem um acordo, que novamente Jônatas tentará falar com seu pai, enquanto Davi se esconde. Ao conversar com seu pai estas foram as estranhas palavras de Saul: (I Samuel 20 versículo 30)
Então se acendeu a ira de Saul contra Jônatas, e disse-lhe: Filho da mulher perversa e rebelde; não sei eu que tens escolhido o filho de Jessé, para vergonha tua e para vergonha da nudez de tua mãe?
     Vergonha dele e da nudez da mãe dele? Não é estranho? Saul disse que sabia que Jônatas havia escolhido Davi para a própria vergonha de Jônatas. Seria isso porque se Jônatas se prendesse a Davi não teria um sucessor ao trono, uma vez que Jônatas não teria filhos? Seria porque Saul sabia que Jônatas estava apaixonado por Davi?
     Após isso Jônatas vai até onde Davi está escondido e disse a ele para ir embora das terras de Saul, pois este iria matá-lo. Então algo muito duvidoso acontece: (I Samuel 20 versículo 41)

Levantou-se Davi do lado do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três vezes; e beijaram-se um ao outro, e choraram juntos, mas Davi chorou muito mais.

     Espere um pouco! Eles se beijaram e Davi também chorou por ter que se separar de Jônatas, eu já disse que eles se beijaram? Preste atenção: E beijaram-se um ao outro. Ou seja, aparenta ser um beijo na boca! Pelo amor de Deus, não somos mais crianças pra não saber que héteros não beijam o mesmo sexo! Ainda duvida que era um romance homossexual?
        Após a fuga de Davi, muita coisa aconteceu no reino de Saul. Desde a morte de Samuel, o profeta, até o sitiamento de israel pelos filisteus, quando então Saul e Jônatas são mortos por ele. Então Davi é proclamado rei, e ele começa a se lamentar pelo ocorrido. Vejamos o que ele diz sobre Jônatas: (II Samuel 1 versículo 26)
Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres.
     Ok, se já estava tudo muito estranho até aqui, ficou claro agora que Davi também amava Jonâtas, mais do que um amigo, pois seu amor, superava o amor de mulheres. Para rechaçar a seguinte pergunta: Mas quem garante que o amor homossexual masculino (no caso de Jônatas e Davi) supera o amor por mulheres? Elementar meu caro leitor, porque se gays amassem mais mulheres do que homens eles não se relacionariam com homens, deixando de ser homossexuais. Deixo a você leitor a capacidade de interpretar como quiser, mas eu prefiro acreditar que esse seria o caso mais fofo de amor trágico. 

E se fosse diferente?

Se fosse diferente?

   Estava pensando sobre isso enquanto tomava banho, é algo interessante de se pensar.

   Se eu não fosse gay, onde eu estaria? Como eu veria o mundo? Como seriam meus relacionamentos em questão de amizade? Quem eu seria?

   Muitos acreditam que ser homossexual é uma maldição, muitos destes são homossexuais. Mas, por que isso seria uma maldição? Bom, as desvantagens de quem tem uma sexualidade diferente da heterossexual são várias, mas existe uma vantagem que vale muito mais que muitas das desvantagens: conhecimento e coerência.

   Não estou dizendo que ser heterossexual seria pior, nem que heterossexuais têm menos conhecimento e coerência. Não quero estar aqui o dia que isso for verdade. Estou dizendo que homossexuais tem mais facilidade a aprender sobre questões de sexualidade, já que pensam sobre isso todos os dias de suas vidas, desde a adolescência, comumente passando a pesquisar mais cedo sobre estes assuntos.

   É obvio que ser homossexual é pior que ser heterossexual (por causa da nossa sociedade), mas se você perguntar "onde eu estaria, se não tivesse uma sexualidade diferente da heterossexual?", será que a resposta ia mesmo ser melhor que a resposta de agora? Será que vale a pena ser heterossexual, mas não conhecer tanto o mundo LGBT, não ter tantas informações sobre o assunto ou não conhecer algumas pessoas que hoje são importantes ou que fizeram a diferença para você?

   Se eu fosse heterossexual, não saberia metade das coisas que sei, não estaria transmitindo este conhecimento e nem se quer me interessaria pelo assunto. Não teria conhecido nenhum dos integrantes deste blog, nem outras pessoas que também são importantes. Não teria adquirido conhecimento sobre a sexualidade, e talvez até fosse preconceituoso quanto a isso.

   Se eu fosse heterossexual é muito provável que eu fosse injusto. Eu veria o mundo de uma maneira diferente, e veria as pessoas de uma maneira diferente. O mundo seria melhor para mim, mas que diferença eu faria na vida de outras pessoas? Quem eu ajudaria? Se eu fosse heterossexual, não teria conhecido pessoas e fatos que fizeram total diferença na minha vida. Pessoas que ajudei e pessoas que me ajudaram. Se eu fosse heterossexual, quem sabe eu fosse mais sociável e tivesse uma vida um pouco melhor, e quem sabe conhecesse mais gente pessoalmente, mas tenho total certeza de que isso não valeria a pena.

   No fim, o preconceito passado por ser homossexual foi menor que as consequências que isso proporcionou. Alguns dizem que queriam ser heterossexuais, e até que mudariam sua sexualidade caso fosse possível, mas será que valeria a pena?

   No meu caso, acredito que não.

A Vida de Marília, O Reflexo da História de Muitas Transsexuais

     E aí irmãos LGBT? Chagas novamente com mais um post. Esse post dará início a uma série de posts sobre nossa vida pessoal, relacionados ao grupo LGBT, como denúncias, histórias, entrevistas e muito mais. Espero que gostem.
      Eu vou iniciar então contando a história de uma travesti que chamarei de Marília. Aqui na minha cidade ela conhecida como Mari-Bicha. Ela é uma pessoa que conheço a muito tempo, mas na qual só reparei agora. Não me levem a mal. Apesar de não ter dito no post de apresentação eu era homofóbico há até alguns meses atrás antes de me aceitar gay, por isso evitava pensar nos LGBT. Viram? Preconceito tem cura! Hoje defendo vocês, seus lindos.
      Estava eu caminhando na rua, me sentindo um passarinho que acabou de ser solto da gaiola, pois havia acabar de tirar o aparelho fixo (amém) e esse dia seria lembrado apenas como: O Dia Épico Que Tirei o Aparelho, se não fosse por uma pessoa caída na sarjeta. É aqui que a brincadeira acaba.
      Ao passar ao longe vi uma mulher de uns quarenta e tantos anos jogada na beira da calçada, de cabelos desgrenhados e roupas amarrotadas e sujas, que se levantou e saiu andando cambaleante, visivelmente bêbada. E imediatamente a associação do nome depreciativo me veio na cabeça: Mari-Bicha. Em seguida eu tive vontade de chorar, pois me lembrei da história dessa pobre travesti.
      Marília nasceu numa família como todas as outras, sendo filha do meio tendo um irmão mais velho e um mais novo, recebeu seu nome conforme seu sexo biológico, mas se tinha algo que a identificasse com o gênero masculino, parava por aí. Marília desde pequena queria vestir os vestidos da mãe e preferia o carrinho do que a boneca. Óbvio que a pobre Marília sofreu seu processo de rejeição a partir daí. Seus irmãos, seus pais... Ela teve uma infância difícil. Então logo em seguida seu pai faleceu.
      Com o falecimento do pai a mãe não deu mais tanta importância para os filhos. E aí se inicia uma vida de promiscuidade e abuso de drogas em sua adolescência. Ela estaria morta se não fosse por seu tio. Ele era e ainda é Pastor. Ele a levou para sua igreja e rapidamente a transformou numa ex-travesti depois de uma "cura" após uma oração. Ela saiu da vida promíscua e das drogas e seu tio a fez namorar uma mulher.
     Marília contou para minha mãe posteriormente quando trabalharam juntas que ela tentou alcançar a "salvação", mas nunca conseguiu. Ela não conseguia negar aquilo que sentia.
      Então Marília saiu de sua religião e então se sentindo humilhado pela "humilhação familiar", seu tio a abandonou, expulsando-a de casa e a deixando a própria sorte. Sem lar, comida ou família ela foi obrigada a vender o próprio corpo para se alimentar e viver, voltando a se drogar e a beber. Hoje, Marília se tornou uma espécie de fantasma que anda cambaleando e que todos evitam.
        Me lembro de dois episódios que hoje me marcam profundamente. O primeiro foi uma vez que ela foi na Coelhos Comem Bife, eu estava lá e vi tudo, ela foi obrigada a se sentar no banco dos homens (sim na Coelhos eles separam homens e mulheres), nem preciso dizer que além de misóginos eles são homofóbicos. Pois tudo o que Marília fez foi dizer "Glória a Deus" numa igreja silenciosa. Os porteiros da igreja a tiraram para fora da igreja. Eu era pequeno e perguntei porque ela havia sido tirada da igreja por glorificar a Deus, coisa mais que comum numa igreja evangélica, e meu pai respondeu: Por que ele é um traveco.
        O segundo foi no casamento da minha tia, onde minha tia estava pronta para a entrada do casamento e por acaso Marília teve a oportunidade de vê-la antes do casamento, me lembro de ver os olhos dela brilharem. Tenho vontade de chorar ao me lembrar disso. Agora imagino que Marília devia imaginar a si mesma vestida de branco se casando.
       Confesso ao leitor que minhas lágrimas querem brotar. Sei de tudo isso porque moro numa cidade pequena de 30.000 habitantes. Todos conhecem todos. Hoje sei o quanto as pessoas foram cruéis com ela. Por isso quando vejo aquelas pobres moças travestis vendendo seus corpos, lembro de Marília, penso que talvez aquelas moças tenham passado pela mesma coisa.
        Por isso eu digo, não julgue esses pobres seres humanos por venderem seus corpos, ou por terem que dopar a si próprias para aguentar a dor. Ser uma transsexual no Brasil é cruel. Enquanto a expectativa de vida da população comum é de 73 anos a de um(a) transexual é de apenas 36 anos. Não preciso nem dizer que inúmeros fatores como a falta de amor da religião da minha igreja e do tio pastor da Marília foram ridículos, se para eles, esse é o amor de Cristo, olha a coisa ta feia. EU SOU BICHA. Marília é uma transsexual.  Ponto.

Cura Gay

   


     Hoje ela é quase que um assunto recorrente, graças a revolução (na minha opinião) dos direitos LGBT que vivemos atualmente. Sim meu caro leitor, estou falando da famigerada "cura gay". Em meio a PLs (Projetos de Lei) e protestos LGBT por direitos civis básicos, também começaram a surgir PLs e protestos dos grupos e bancadas evangélicas. Entre essas muitas PLs está a nossa amada (risos) cura gay que é criticada até mesmo por héteros e mais ainda por verdadeiros profissionais da psicologia e da psiquiatria, isso exclui charlatões como Marisa Lobo e Silas Malafaia. Cá entre nós, na minha opinião, se torna claro que o último tirou seu diploma de psicologia por correio.
      Falamos o tempo todo da cura gay, mas você, meu caro leitor, sabe o que é a tal cura gay?
     Vamos começar explicando do princípio. O PL apelidado de cura gay quer derrubar a resolução Nº 001/99 de 22 de março de 1999 criado pelo Conselho Federal de Psicologia, que proíbe psicólogos de agir, coibir, ou até mesmo pensar em curar uma pessoa da sua sexualidade, obrigando assim o profissional a ensinar o paciente a lidar com o preconceito da sociedade, mesmo que o paciente queira ser curado.
     O Conselho Federal de Psicologia é uma entidade com sede em Brasília no Distrito Federal e que comanda dezessete sedes menores em estados brasileiros chamadas de Conselhos Regionais. Os Conselhos Regionais por sua vez visam um aperfeiçoamento da prática psicológica, à garantia de direitos sociais e humanos e à construção de condições dignas de vida dos indivíduos. Os conselhos buscam também aplicar o lugar social e a relevância da psicologia no país e fazem mediação entre as possibilidades profissionais da psicologia e as demandas da sociedade, visando garantir a qualidade técnica, o rigor ético e o compromisso social do profissional psicólogo no Brasil, segundo a Wikipédia.
      A resolução do CFP (Conselho Federal de Psicologia), foi tomada por própria decisão da OMS (Organização Mundial da Saúde) de que homossexualidade NÃO É DOENÇA PSICOLÓGICA PARA SER CURADA OU TRATADA, por isso em 1990 a mesma retirou a homossexualidade da lista de doenças, deixando de ser assim homossexualismo e passando a ser homossexualidade.
      É comum que o primeiro nome que nos venha a cabeça no caso da cura gay seja o do Deputado Federal Pastor Marco Feliciano, que era na época da tramitação desse PL, era Secretário da Comissão de Direitos Humanos, cujo PL deveria ser aprovado numa votação para poder seguir em frente, no entanto a lei foi proposta pelo Deputado João Campos (PSDB-GO), o que ocorre é que o Pastor Marco Feliciano, como Secretário da Comissão de Direitos Humanos na época, facilitou a votação e aprovação do PL na Comissão, aderindo ao projeto a partir daí e opinando suas diversas controvérsias desde então.
     Você pode estar se perguntando: Mas se não é doença e grandes organizações como a OMS e a CFP concluíram isso também, qual o sentido de derrubar  a decisão do CFP?
     Simples. Apesar da bancada evangélica não dizer isso diretamente, o objetivo deles é claro, tentar fazer lavagem cerebral nas pessoas homossexuais usando métodos mais poderosos como a psicologia.
       Líderes religiosos em geral tem uma facilidade imensa de utilizar o nome de Deus para mudar ideais, concepções e comportamentos humanos em geral, mas quando se trata da homossexualidade eles dão de cara com um muro gigantesco. Eu sou evangélico, então sei do que estou falando. A igreja sempre viu a homossexualidade como um demônio que pode ser expurgado ou um comportamento reversível, associando a homossexualidade a meros vícios como o alcoolismo ou o tabagismo. Tudo isso por que ao usar a bíblia para defender o preconceito homofóbico, líderes religiosos disseram que isso é uma escolha.
     No entanto, no início do século tem se tornado cada vez mais claro que homossexualidade não é um demônio, doença e muito menos escolha e os evangélicos sabem que esse mito está para se tornar o maior erro medieval das igrejas contemporâneas. Tornando assim muitos desses pastores motivos de piada. Uma vez que todos estão percebendo que mesmos seus ex-gays são uma farça (vide a Pastora Lanna Holder e sua esposa Rosania Rocha).
     Como citei eles vamos lá, os ex-gays são homossexuais  (bissexuais, em minha opinião) que foram induzidos por seus líderes religiosos e serem o que não são, viverem uma mentira para serem aceitos nas igrejas. Ou seja, foram psicologicamente moldados ao bel prazer desses líderes (maioria evangélica), não adiantando dizer que as igrejas evangélicas aceitam os gays. Minha igreja mesmo sabotaria esse texto se eu citasse seu nome, por isso citarei apenas um nome fictício, mas comprometedor, Coelhos Comem Bife.
     Na Coelhos Comem Bife. eles batem no peito ao dizer que suas igrejas estão vazias do pecado do homossexualismo e que os gays estão "invadindo" suas igrejas agora. Eu por exemplo nasci dentro dessa igreja, não acho que eu tenha invadido então... (risos). Para os mais céticos, posso enviar o link do YouTube que contém o aúdio do que um dos líderes mais aclamados da minha religião fala acerca da homossexualidade e de como o líder em questão manda os gays de lá recorrerem a psicologia para serem "curados".
      Entendido esse ponto, posso afirmar com certeza, que eles pretendem a usar a psicologia para terem um recurso a mais para ludibriarem pobres membros LGBT em suas igrejas e torná-los em mais zumbis ex-gays e tentar mostrar como suas respectivas igrejas tem "poder".

      A "cura" em si, pode variar de hipnose até processos de repetição, na sua maioria são um processo de negação da sexualidade própria e que com o passar do tempo podem gerar desde frustração pela tentativa falha de conversão até exacerbação da angústia e depressão, além da auto-rejeição levando ao aumento significativo das taxas de suicídio dos "pacientes".
       Poderíamos citar o fato de que se fosse realmente possível tornar homossexuais em heterossexuais, partindo do princípio que sexualidade seja comportamental, também seria possível converter heterossexuais em homossexuais. Isso os líderes religiosos não pensam? Francamente!
     Sabe, às vezes a ignorância e extremismo, levam a humanidade a cometer atrocidades a custo de inúmeras vidas inocentes. Não seria mais fácil a igreja se redimir de seu erro e concordar que está errada? Até quando a comunidade LGBT será tratada como inferior? Pois é caro leitor, essa nem eu sei responder... Vale lembrar que atualmente um novo ramo vem surgindo nas igrejas mais espertas e que encontraram um método para contornar a situação constrangedora de declarar que estão erradas, que tem se tornado muito recorrente: "Eles (homossexuais) não podem ser reorientados, mas essa é a cruz que eles devem segurar o resto de suas vidas praticando celibato", mas isso fica para outro post.

Uma Breve Apresentação

Olá, pessoas

  Meu nome é Yuki, tenho 14 anos, sou estudante, escritora iniciante (bem iniciante mesmo...), gênero fluído, interessada por psicologia, psiquiatria e estudos sobre o ser humano. Talvez eu ainda tenha uma opinião bastante infantil sobre os assuntos, porém eu gostaria bastante de tentar ajudar as pessoas com as suas dificuldades e dúvidas. Aliás, esse talvez seja o meu maior motivo de estar postando aqui.

  Sempre percebi algo de diferente em mim, tanto por parte da minha sexualidade, quanto por parte do meu gênero. Aos 6 anos eu percebi que era algo distinto, mas ainda não tinha consciência do que era exatamente. Observava as meninas, tinha aquelas paixões inocentes. As outras falavam sobre meninos, nas brincadeiras de formar pares, aquelas para deixar a pessoa sem graça, os casais eram sempre formados por uma menina e um menino. Até que, aos 9 anos, vi uma reportagem falando sobre casais homossexuais, e então pensei: então, aí está! Não tive tanto problema para me aceitar, só lutei um pouco contra os meus sentimentos quando entrei na catequese e aprendi que a divindade cristã não gosta de homossexuais. Minha fé era tão obrigada, forçada, que não foi difícil esquecer os ensinamentos que aprendi. Quando tive contato com a internet, a situação melhorou bastante, já que eu pude ler sobre pessoas que passavam pelo mesmo, ver que são pessoas normais, como eu.

  Apesar de tudo, eu não sou homossexual. É, tem uma outra questão. Nunca me identifiquei somente como mulher. Ou melhor, como menina (idade haha). Mas eu também não excluía de mim, pois eu também sou! Minha maior identificação era e talvez continue sendo com o gênero masculino, e essa parte para mim foi a pior de aceitar. Eu sou os dois, no final de tudo. Não é algo ruim, agora entendo, porém não era tão aceitável assim. A aceitação só veio acontecer no final do ano passado, momento em que dei maior atenção às leituras sobre transgêneros e conheci pessoas super importantes, as quais conseguiram me passar um conhecimento imenso dessa área.

  Atualmente estou enfrentando problemas com os meus pais, porque eles descobriram a parte da minha sexualidade e não aceitam. A coisa está melhor do que no começo, mas ainda está tensa... Espero que melhore, ficarei bem aqui, com vocês.

  Estarei aqui para o que precisarem e, se eu puder ajudar, tenha certeza de que é o que farei. Minha escrita não é tão boa, ignorem esse terrível fato, mas espero que as ideias sejam relevantes.


Até a próxima.




Por que sou gay? Não queria ser assim!

   Oi pessoas, este post é sobre teorias relacionadas a sexualidade, mas isso também envolve outros fatores que devem ser levados em consideração, como a sociedade em que o indivíduo está inserido e atração sexual. É um assunto bastante amplo. As fontes utilizadas estarão no fim do texto.

   Como se trata de um assunto extenso, e eu não sabia nem como começar a escrever sobre. Vou dividir tudo isso em alguns tópicos importantes e, dentro deles, falarei sobre as teorias e tudo que tem  à ver com elas. Talvez eu me esqueça de alguma coisa, então se quiserem criticar, basta comentar.

Então os tópicos começam abaixo.

 - O que é sexualidade?

   Sexualidade é definida como "impulso natural a todo ser vivo, que nos impulsiona na busca de um parceiro, visando a troca de energias sexuais." (dicionario informal)

   Então, sabemos que sexualidade é o que impulsiona um ser a ter atração sexual pelo outro. A atração que este ser sente é o que define a sexualidade do mesmo. Então, se eu sou homem e sinto atração sexual por mulheres, sou classificado como heterossexual. Se sinto atração por ambos os sexos, sou definido como bissexual. Se sinto atração pelo mesmo sexo, sou definido como homossexual. Se não sinto atração por nenhum sexo, sou definido como assexual.

  É importante notar que transexualidade não está entre nenhum destes, pelo fato de que transexualidade não se trata de uma sexualidade, se trata de uma identidade de gênero. É uma coisa totalmente diferente, mais discriminada e, provavelmente, mais criticada que qualquer uma das sexualidades já citadas. 

   Aqui está uma imagem esclarecedora:





   Ao contrário do que muitos pensam, transexualidade e bissexualidade EXISTEM. E NÃO EXISTE (06:40) nenhum (absolutamente nenhum!) tratamento que mude a orientação sexual de alguém. Todo e qualquer psicólogo que oferecer tratamento para a mudança da sexualidade de alguém deve ser punido, pois este tipo de tratamento não existe. Os psicólogos podem atender seus pacientes orientando-os para que aceitem sua sexualidade e não sofram tanto, aprendendo a lidar com a sociedade.

   Por fim, chegamos a conclusão de que a sexualidade é definida pela sua atração sexual, independentemente do sexo biológico ou gênero do indivíduo. E sexualidade não altera na personalidade do indivíduo. Temos que aprender a diferenciar personalidade de sexualidade, que são coisas totalmente diferentes.



- O que é atração sexual?


   Atração sexual é o que utilizamos, durante muito tempo, para nossa reprodução. É algo não presente apenas em humanos, mas em todos os primatas e até onde sei, em todos os seres que são mamíferos e até em seres que são "menos evoluídos".

   Ao falar da atração sexual, não tem como não falar de evolução. Então, por que existe a atração sexual?

   Suponhamos que tenha um homem heterossexual numa sala. Ele é perfeitamente bonito. Nesta mesma sala, está uma mulher, também heterossexual e perfeitamente bonita. Quando este homem olhar para esta mulher, inconscientemente e em milissegundos, seu cérebro irá analisar o corpo da fêmea que viu, e avaliará se ela é saudável para a reprodução. Ele vai avaliar quase todo o corpo da fêmea, observando os seios, nádegas, face, cabelo, etc. Tudo, inconscientemente, para saber se ela é saudável ou não para procriar. A fêmea em questão fará o mesmo em relação ao macho que está na mesma sala que ela. Ela vai olhar para ele e analisar se ele é saudável ou não, mas não só isso, além de observar se ele é saudável, ela também vai ter que observar se ele vai poder ser um bom pai e se sabe cuidar de um bando (se ele tem algo chamado de "iniciativa e liderança"). Podemos perceber que o que nós achamos bonito, na verdade é o que avaliamos como saudável, tudo isso visando a procriação, ou seja, passar os melhores genes adiante. A regra da vida não é sobreviver, é passar os genes adiante.

   Também percebemos que a mulher em questão foi mais exigente. Isso porque ela teria que ficar 9 meses com um filhote em seu útero, e isso seria exaustivo, por isso ela precisa de um macho, ou um bando, junto dela para protegê-la e ajudá-la. É por isso que vivíamos, e ainda vivemos, em sociedade. Nós somos seres que não vivem sozinhos. Precisamos estar em grupo desde que eramos mais primitivos.

   Então, concluímos que a atração sexual é o que sentimos (com exceção dos assexuais), inconscientemente, quando olhamos para o indivíduo que nos atrai. Atração sexual é o que chamamos vulgarmente de "tesão".


- O que é a Escala Kinsey?

   É uma escala numerada de 0 a 6, sendo 0 "exclusivamente heterossexual" e 6 "exclusivamente homossexual". É como uma barrinha onde, em uma extremidade está o "totalmente heterossexual" e na outra, "totalmente homossexual". No meio desta barra, está o "totalmente bissexual".

   Apesar de ter sido de grande utilidade para passar uma visão mais detalhada e expansiva sobre sexualidade, a maneira como Kinsey desenvolveu sua pesquisa não é totalmente confiável. Ele usou como justificativa da sexualidade de um indivíduo o sexo dos indivíduos com os quais este se relaciona, ou seja, a porcentagem de homens homo e heterossexuais está errada. Está errada porque ele não levou em consideração a atração sexual que este indivíduo sente, e sim o sexo dos indivíduos que este que está sendo analisado já se relacionou em sua vida. 

   Apesar do método para achar a porcentagem de heteros e homos na sociedade estar errado, Kinsey fez uma tabela que tem grandes chances de ser real. Então é bem provável que existam poucos heterossexuais e poucos homossexuais e a maioria das pessoas sejam algo entre estas duas extremidades. Mas é impossível comprovar isso. 

   É impossível comprovar porque não temos como saber, com certeza, até onde somos influenciados pela sociedade em que estamos inseridos e até onde agimos por instinto. Então um homem que é heterossexual (ou que é homossexual, mas foi educado como hetero, como a maioria dos homossexuais) vai sentir nojo de outros homens, tanto em relação ao toque como em relação ao cheiro. Um homem, mesmo que heterossexual, mesmo que sem influência social alguma, não vai sentir nojo de outro homem. Aqui entramos numa definição que eu criei para diferenciar nojo de repulsa, assim fica mais fácil entender: nojo é tudo aquilo que você adquire culturalmente, e repulsa se trata de coisas que são realmente biológicas. Então é natural que um humano tenha repulsa por um alimento estragado (porque em nossa evolução aprendemos que determinado tipo de alimento estragado nos faz mal), e não nojo. É normal que um homem heterossexual tenha nojo de outro homem, mas não é natural e, por isso, não deve ser chamado de repulsa. O que é normal é um consenso cultural, mas o natural é biológico, não há consenso, simplesmente é. Então, como saberemos até onde a atração sexual que aquele homem sente em relação aquela mulher é biológica dele realmente e até onde aquela atração é, em parte, forçada socialmente? Como podemos saber se, se ele não fosse incentivado a ter nojo de homens, ele não sentiria um mínimo de atração?

   Não há como saber. A influência social é tão gigante dentro de nós, que ela tem um poder que nem imaginamos, até enfrentarmos ela. É um poder tão grande que as vezes faz mal para você e você nem se dá conta, isso pode ser evidenciado (mais em homens) com este texto.

   Sei que parece que estou sendo preconceituoso. Parece que estou dizendo algo parecido com "heterossexuais podem não ser heterossexuais, mas homossexuais nunca deixarão de ser homossexuais". Mas a mensagem que quero passar não é esta. O que estou dizendo é que é impossível saber se um homem ou uma mulher são realmente heterossexuais quando eles tem uma mente reclusa apenas aquilo que aprenderam até determinado ponto sobre determinado assunto (no caso, sexualidade). Mas um homossexual é bem provável que seja realmente homossexual, porque ele não foi criado daquela forma, ele teve que quebrar várias "barreiras" até poder aceitar para si mesmo que é homossexual, isso também vale para  a maioria dos bissexuais. Aqui, é importante ressaltar que a atração sexual vai definir a sexualidade do indivíduo, não com quem este indivíduo faz sexo. Um homem homossexual pode muito bem fazer sexo com mulheres, assim como uma mulher homossexual pode fazer sexo com outros homens e ambos podem até gerar uma família, e isso geralmente ocorre com pessoas que querem esconder sua sexualidade e escolhem uma vida infeliz devido a falta de respeito e empatia das outras pessoas que compõem a sociedade onde esta em questão está inserida.

- Teorias

   Enfim chegamos à parte mais interessante, mas a menos importante.

   É a menos importante, porque não é importante saber de onde surgiu a homossexualidade, nem de onde surgiu a heterossexualidade. Várias pessoas querem saber de onde surgiu a homossexualidade, como se fosse uma sexualidade defeituosa, ou que tem alguma satisfação a dar. As pessoas não encaram a homossexualidade ou bissexualidade como uma sexualidade normal e natural. Se a encarassem desta maneira, não haveria porque ter tanto enfoque sobre como surge a homossexualidade e tão pouco enfoque sobre como surge a heterossexualidade. Podemos perceber, então, que existe um certo preconceito mesmo entre os pesquisadores do assunto, justamente porque eles tentam achar um motivo, achar como se desenvolve a homossexualidade, não a sexualidade. É possível perceber como sempre querem achar o motivo das sexualidades diferentes da heterossexual, como se elas tivessem que ter um motivo. Na realidade essas pesquisas só devem ser feitas para provar que o preconceito é totalmente retardado, e não deve existir. E quanto antes provarem que a sexualidade é algo que ninguém escolhe, algo que é definido sem o desejo do indivíduo, melhor será para todos nós que somos LGBT. Basta ler a citação abaixo para entender.

   "(...) O homossexual seria sempre alguém que teria uma sexualidade a ser
esclarecida, investigada, por ele próprio e pelos outros, pois, não conforme uma pretensa
normalidade sexual (que seria também normalidade psíquica, moral, social). Na boa
“tradição européia da confissão, que começa pela confissão católica e desemboca na
psicanálise” (FOUCAULT, 2004:30), o homossexual é sempre visto como aquele a quem
se deve extrair a confissão de sua sexualidade. A homossexualidade como desvio, para cuja
existência pesa uma causa específica (talvez variando conforme o caso), é objeto das mais
variadas fantasias... das crendices da opinião popular às dos consultórios médicos e dos
divãs, passando pelos laboratórios universitários de pesquisa." (Alípio de Souza Filho)

   Ao decorrer dos anos apareceram várias teorias, e vou usar algumas citações do doutor em Sociologia, Alípio de Souza Filho (apesar de não concordar com algumas ideias) para explicar um pouco sobre isso.

Teoria do efeito big brother:

   O Efeito Big Brother consiste numa teoria, provavelmente errônea, que diz que uma mãe que tem vários filhos homens, vai aumentando a probabilidade (se não me engano em 33%), dos filhos mais novos serem homossexuais. O que aconteceria seria que o filhote masculino, dentro do útero da mãe, se não fosse o primeiro (fosse o segundo, terceiro, quarto, quinto filho, etc.), seria atacado por anti corpos da mãe, que o identificariam como um corpo invasor, e isso prejudicaria o envio de testosterona da mãe para o filho, feminilizando o bebê. Diria que esta teoria está errada já que existem muitos homossexuais com mais testosterona que heterossexuais, e nem todos os homossexuais são femininos. O número de irmãs mais velhas não aumentava a probabilidade dos próximos irmãos serem homossexuais.

Teoria do motivo pelo qual homossexuais existem:

   Outra teoria que acredito estar errada, mas que faz sentido. Se trata da explicação de para o que homossexuais serviriam na natureza. 

   "Uma pesquisa revelou que, dentre as pessoas que nasceram durante o cerco de Stalingrado [na atual Rússia, na 2ª Guerra Mundial], até 30% assumiram ser homossexuais na vida adulta"


   Ela diz que em ambientes, ou épocas de muito estresse para a sociedade em que o indivíduo irá nascer, devido a uma má distribuição hormonal da fêmea para seu bebê, o seu filhote nasce com um a sexualidade diferente da heterossexual para não se focar na reprodução e se focar apenas na proteção de seus descendentes e familiares. Isso significa que em épocas de muito estresse, que ocorrem muitas mortes da espécie analisada (no caso, as mulheres da época estavam nervosas por causa da segunda guerra mundial e muita gente estava morrendo, incluindo familiares delas), é melhor que as fêmeas desta espécie gerem descendentes focados em salvar e manter a vida dos que já nasceram e estão vivos que gerar descendentes que irão se focar em produzir mais descendentes ainda.



Teoria do Gene Gay ou Teoria de Hammer:

   É outra teoria que eu não acredito.

   Essa teoria é uma das que o Malafaia mais gosta de criticar dizendo "não existe cromossomo gay". Coitado, mal sabe o que é um cromossomo.

   Hammer, o responsável pela pesquisa, disse ter encontrado um gene no cromossomo X que seria o responsável pela homossexualidade.

   Ele teria encontrado uma evidência de que o gene Xq28 teria algo à ver com o indivíduo ser homossexual ou não. Existiam muitos céticos sobre isso. Um grupo de pesquisadores canadenses tentou fazer a mesma pesquisa, e não viram relação alguma do Xq28 com a homossexualidade. Hammer tentou argumentar dizendo que os canadenses tinham sido pouco criteriosos sobre a definição de quem era homossexual e quem não era, por isso não tinham chego ao mesmo resultado. A pesquisa dos canadenses deu tanta força aos céticos, que Hammer resolveu mudar de área.

   Teoria mais indecente:

   "(...) Resumidamente, três fatores determinariam a homossexualidade masculina: o forte vínculo
do filho com a mãe, a fixação na fase narcísica e problemas na “castração”. No primeiro, a
homossexualidade teria início em razão de uma intensa e incomum atração do filho pela
mãe, o que impediria a ele de se ligar a outra mulher heterossexual. O segundo fator, a fixação no
narcisismo, faria com que o indivíduo invista menos trabalho (psíquico) em se ligar ao seu
igual (mesmo sexo) que a outro sexo (diferente). A homossexualidade representaria uma
espécie de “estagnação” na fase narcísica, responsável por tornar o amor-sexual, para o
homossexual, uma experiência sempre condicionada a encontrar um órgão genital
semelhante ao dele. Terceiro fator, problemas relativos à chamada travessia da castração:
isto é, dificuldades emocionais relativas a perdas e à idéia de morte, que deixariam o
indivíduo resignado ou acomodado na sua psico(homo)ssexualidade." (Alípio de Souza Filho, pag 12)

   Esta teoria se refere aquelas daqueles caras que acreditavam que os homossexuais eram homossexuais por causa da maneira como foram criados pela mãe, ou mesmo por afastamento do pai.

   "Nos termos propostos por Jacques Lacan, em um de seus célebres Seminários, o
homossexual seria aquele que conservaria uma “relação profunda e perpétua com a mãe”, 
manteria “identificação com a posição da mãe”, mãe diretiva, “que cuidou mais do filho 
que o pai”, etc etc. 
A mãe que mostra ter sido a lei para o pai num momento decisivo... no momento 
que a intervenção proibidora do pai deveria ter introduzido o sujeito na fase de dissolução 
de sua relação com o objeto do desejo da mãe, e cortado pela raiz qualquer possibilidade 
de ele se identificar com o falo, o sujeito encontra na estrutura da mãe, ao contrário, o 
suporte, o reforço... que faz com que essa crise não ocorra (LACAN, 1957-1958 [1999:
215])." (idem; estas e outras citações mentirosas e fantasiosas de Lacan, você pode conferir em uma das minhas fontes, na página 14.)

   Além de serem teorias burras, também eram super preconceituosas, como podem ver nas citações acima.

Teoria mais aceita:

   A teoria mais aceita é a de que a sexualidade não se trata de algo genético, mas sim de uma má distribuição de hormônios sexuais feita pela mãe para o embrião. Não tendo relação com algum gene, mas sim apenas com a distribuição hormonal feita pela mãe. algo que acontece simplesmente por acaso.

   Não necessariamente isso implicaria que quem tem essa má distribuição teria características menos masculinas, caso fosse um homem homossexual.

   Eu, particularmente, não acredito em nenhuma destas teorias, não sozinhas. Acredito que a sexualidade seja definida no útero materno, como já foi provado, mas que ela tenha ligação com algum gene e com a distribuição hormonal. Não acho que apenas os hormônios alterariam a sexualidade.

   Mas, não podemos ter certeza de nada ainda, tudo que sabemos é que a sexualidade de cada indivíduo é definida ainda no útero materno, então entra toda aquela questão que já citei acima sobre sociedade e tudo mais.

   Nossa conclusão: ainda temos muito a descobrir, mas, com toda certeza, estamos no fim de nossa luta.

   Espero que tenham gostado do post e, por favor, comentem caso não tenham concordado com algo ou queiram elogiar.

  Tenham um bom dia, minhas fontes estão logo abaixo.

Fontes:

http://www.youtube.com/watch?v=-9msJmUGQws

http://papodehomem.com.br/relato-de-um-gay-que-queria-ser-hetero/

http://papodehomem.com.br/sexo-dinheiro-forca-e-poder-as-prisoes-masculinas/

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=c6q7y6bx_Hk

https://www.youtube.com/watch?v=j1WEtFFPVBU

http://www.cchla.ufrn.br/alipiosousa/index_arquivos/ARTIGOS%20ACADEMICOS/ARTIGOS_PDF/Teorias%20sobre%20a%20genese%20da%20homossexualidade%20-%20ideologia,%20preconceito%20e%20fraude.pdf

http://super.abril.com.br/cotidiano/existem-homossexuais-447572.shtml

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/02/140219_quebra_cabeca_evolucao_homossexualidade_lgb

http://www.genismo.com/genismotexto33.htm

http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG80153-7943-197-3,00-O+POLEMICO+GENE+GAY.html

https://www.youtube.com/watch?v=zdM5TdRzUlM

https://www.youtube.com/watch?v=rqi-UTb9f9Y

https://www.youtube.com/watch?v=Gn0R-gb9SMc

http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_Kinsey

https://www.youtube.com/watch?v=m_LsMe4XWmA

Oi Pessoas

   Oi, sou o Yol.

   Eu tenho 18 anos, sou homossexual, me interesso por Biologia e gosto muito de insetos e aranhas. Me dei conta da minha sexualidade, como a maioria, desde cedo (aos 6 anos de idade). A lembrança mais antiga que tenho de sentir atração sexual por outros homens, foi quando eu tinha 4 anos. Eu estava num clube, que meus pais frequentavam, e, já que tinha 4 anos, podia entrar tanto no banheiro feminino como no masculino. 4 anos era a idade máxima para uma criança poder entrar nos dois banheiros, a partir desta idade, as crianças só poderiam entrar no banheiro correspondente de seu sexo biológico. Meu irmão tinha 7 anos na época, e ele dizia que eu tinha sorte em poder entrar no banheiro feminino, mas eu não entendia o porque. Eu sabia que ele sentia atração pelas mulheres e gostava de vê-las (claro que não tinha consciência disso da mesma forma que tenho hoje), mas eu não via nada de mais. Nunca vi nada de mais, não no corpo das mulheres. Mas eu sentia algo estranho, que não sabia explicar, quando via homens pelados no vestiário. Eu sabia que eu não devia deixar aquilo transparecer, afinal, nenhum outro homem à minha volta sentia, ou demonstrava sentir, o mesmo.

   Essa foi a minha lembrança mais antiga. Existem outras. Mas agora contarei como foi a primeira vez que eu disse para mim mesmo que sou gay.

   Eu tinha 6 anos da idade. Eu estava brincando de ficar acordado até de dia. Nessa idade, eu achava isso super divertido. Foi nessa idade, também, que aprendi a me masturbar. Simplesmente do nada, eu aprendi a me masturbar enquanto mexia no meu pênis. É algo instintivo, mas a maioria das crianças não tem essa prática tão cedo, com exceção das crianças altistas. Enfim, voltando ao assunto inicial: depois de me masturbar, eu disse para mim mesmo "eu sou gay". Logo em seguida eu me senti super mal - aí já podemos observar que uma criança de 6 anos já é super influenciada pelos pensamentos dos pais e outros à sua volta - e disse que nunca repetiria isso para mim mesmo de novo. 

   Com o decorrer do tempo, como qualquer criança normal, fiz amiguinhos e alguns deles foram ficando cada vez mais próximos com o passar dos anos. Por todos os meus melhores amigos, os mais próximos, eu tive uma relação mais íntima. Isso é normal. Amigos muito próximos tem relações íntimas entre si. E com "íntimas" não estou querendo dizer qualquer coisa sexual, apenas me refiro a relações sociais normais entre crianças de 7 a 12 anos.

   Com 12 anos, aliás 11 a 12, fiz um amigo que morava atravessando a rua da minha casa. Um fato engraçado era que nós, na primeira vez que nos vimos, brigamos. Nós não nos gostávamos, mas com o passar do tempo fomos nos conhecendo melhor, através de outros amigos da rua, e passamos a ser melhores amigos. Amigos daqueles que sempre estão juntos. Ele era um ano mais velho. Eu me apaixonei por ele e essa foi a minha primeira paixão. Ele me contava histórias sobre meninas que ele tinha copulado, e outras que ele tinha beijado, mas eram meras mentiras. Se ele tinha um grande defeito era ser um mentiroso compulsivo, pelo menos era assim que eu chamava ele as vezes. 

   Fomos nos aproximando e com o tempo um contava tudo para o outro, ele até chegou a me dizer que tentava não mentir, mas mentia mesmo assim. Eu e ele só andávamos juntos, quase não andávamos mais com os outros amigos. Mais tarde eu descobri algo sobre ele que me decepcionou e me fez nunca confiar nele de novo: ele fumava com os meus outros amigos (que também eram amigos dele). Isso foi algo que me aborreceu, deixou-me triste e desamparado, até porque foi nesse dia que eu redescobri que eles fumavam (eu achava que meus amigos já tinham parado) mas não deixei de ser amigo dele, só disse que ele devia parar. Até onde sei, hoje ele já não fuma. Enfim, esta é a parte interessante: nós sempre dormíamos um na casa do outro, todo santo fim de semana. Certa vez, enquanto conversávamos antes de dormir, eu comecei a passar a mão na barriga e peito dele, e nós ficamos conversando mesmo assim, ou seja, ele deixou. Como comecei a fazer isso, não tenho a menor ideia, mas nós dois chegamos a este ponto. Nesta época, por eu andar de mais com ele, por algum motivo bem idiota, meu pai desconfiava que eu era gay e não queria mais que eu andasse com este meu amigo. E meu pai entrou no quarto quando eu e este meu amigo estávamos em cima da minha cama brincando, mas era só uma brincadeira, nada de mais. Meu pai maliciou aquilo e saiu do quarto, furioso, e eu fui atrás dele. O que acontece depois não é pertinente, não é nada de interessante, mal conversei com o meu pai para falar a verdade. 

   Depois de um tempo, este meu amigo se mudou para longe e acabamos por diminuir nossa convivência. Por causa deste dia que aconteceu esta coisa estranha (do dia que dormimos juntos que citei acima), eu fiquei imaginando se ele realmente era heterossexual e até hoje eu acho que ele deve ser bissexual ou homossexual. A maioria dos amigos que ele tem são fêmeas, ou seja, amigas. Queria poder me aproximar dele de novo e conseguir ajudar. O problema é que a família dele é muito machista e ele jamais receberia apoio se se assumisse bi ou homossexual. Se ele não for heterossexual, deve ter sofrido muito. E ainda sofre. Eu queria poder ajudá-lo, de todo coração. 

   Por querer ajudar que eu e alguns amigos fizemos este blog, por querer ajudar aqueles que são como nós. Não apenas homossexuais, bissexuais, assexuais ou transexuais, mas também heterossexuais que tem algum tipo de problema sobre sua sexualidade, ou qualquer problema que sejamos capazes de ajudar. É por querer ajudar que eu vou postar informações sobre sexualidade, atração sexual e várias coisas aqui neste blog, sempre que possível. As vezes não é possível pois estou fazendo faculdade e o meu tempo é relativamente curto.

   Então, aqui acaba o meu post de apresentação. Sou Yol, tenho 18 anos e sou homossexual. Meus pais sabem hoje que sou homossexual, acho que isso é importante de dizer, ou não, mas eu acho pertinente... mas não importa o que eu acho. Enfim, espero que gostem das minhas próximas publicações.

Homossexualidade e as Asas da Liberdade

Apresentação do Murilo


     Olá irmãos e irmãs LGBT de todo o mundo, meu nome é Murilo, sou blogueiro, escritor, técnico em química, e para todos os efeitos gay. 
     Quando meu amigo Yol me propôs a ideia de criar um blog para ajudar as pessoas como nós, imediatamente fiquei feliz. Digamos que eu posso não ser um lutador ativo pelas causas LGBT, mas sempre tive a intenção de ajudar pessoas que assim como eu um dia, necessitam de ajuda. Por isso poder participar de um grupo de cinco pessoas que pretendem ajudar a comunidade LGBT foi a melhor coisa que me aconteceu. Posso enfim, arregaçar as mangas e lutar por um mundo melhor para nós da minha maneira: Com palavras.
     Me lembro da primeira vez que cogitei ser gay. Eu estava na casa do meu primo, navegando na internet e sozinho, tinha eu quinze anos. Lógico que eu recorri a um pornô. Coisa de adolescente cheio de hormônios, que até então só via pornô hétero e que apesar de se sentir atraído pelo homem, fingia que não. Naquele dia, sem querer meu dedo escorregou numa das abas e cliquei por engano na aba gay. Foi então que apenas de olhar para os vídeos senti algo que nunca havia sentido. Assistindo apenas alguns dos vídeos é que um pensamento me ocorreu: "Meu Deus eu sou gay!".
     A partir desse dia passei a travar uma batalha homérica contra meu desejo, o que eu era e aquilo que viria a ser. Eu tornei minha vida um inferno por 4 anos por não me aceitar gay. Eu pesquisava coisas como "Não quero ser gay" no Google e as primeiras coisas que surgiam eram sites de religiosos fundamentalistas que queriam me "curar". Até que caí prostrado aos 19 anos e chorei exausto de travar uma luta boba e que nunca iria vencer.
     Agora, você deve estar se perguntando meu caro leitor. Por quê?
    Simples, foi graças a imagem denegrida dos LGBT que a minha religião sempre me passou. Graças a isso, achei que me tornaria um crápula se me aceitasse. O que se tornou uma âncora no meu pescoço. Minha religião mentia sobre nós e acabou quase me matando. Graças a essa visão distorcida pela igreja e pelas minhas tentativas constantes de tentar ser o que não era, desenvolvi uma "crise de identidade" que cheguei ao ponto de entrar em depressão e tomar antidepressivos, por estar a beira da loucura por não saber responder: Quem sou eu?
    Minha psicóloga me auxiliou nesse processo e me fez entender: Ou eu me aceitava ou nunca saberia quem eu realmente era. Então pela primeira vez na vida enfrentei a realidade e disse com orgulho: "Eu sou gay!"
     Claro, minha religião não podia me deixar em paz... Me vi obrigado a contar aos meus pais, hoje vejo como fui precipitado, e enfrentar a aceitação. Só então passei a entender como a base da minha religião era machista e homofóbica. Minha igreja respirava homofobia. Isso prolongou minha aceitação e passei a me automutilar. Com isso criei cicatrizes, cicatrizes para as quais olho quando o meu pastor fala sobre homossexualidade e me fazem lembrar da dor da mentira que ele conta.
     Enfim, hoje me aceito completamente e sei que Deus me ama como eu sou.
     Por isso, serei o responsável pelos posts "Homossexualidade e Religião" esses posts serão voltados para LGBTs que assim como eu, não querem abandonar sua religião e precisam de um apoio. Meus amigos serão responsáveis por outros posts relacionados a diversos assuntos a respeito da comunidade LGBT, por isso peço aos ateus que não fiquem impacientes com meus posts, outros posts, meus e de meus amigos virão voltados para vocês também. Como disse, nosso objetivo será ajudar a todos.
     Sobre os integrantes, somos em cinco: Dois gays, um bissexual, uma lésbica e uma garota transsexual. Em breve eles postarão sobre suas histórias e sobre seus temas e também deixaremos um e-mail para contato onde vocês poderão nos contatar.
     Por fim, peço a vocês que deixem seus comentários pedindo temas a serem discutidos e sugestões de posts. Por favor divulguem o blog e compartilhem nas redes sociais.
      Então um abraço a todos, beijos de luz e até o meu próximo post.

Murilo
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